Acabou a feira
Fecha as cortinas, acende a luz e come.
Deita, a cabeça na barriga, desce e some.
Acabou a feira.
Se em um passo eu te vejo, se eu me perco em teu peito.
Como pode ser tão frio, tão esperto, tão estreito?
Se eu me deixo, você me leva, me carrega e se apressa
Toma o que é teu, leva o que foi meu, diz pra quem você pertenceu.
Não a mim, nem a si próprio. Do teu corpo, outros demônios possuirão.
Outras sátiras gritará, não pra mim, nem pra ti, todos saberão.
Mas apaga a vela, no teu apagão.
Apaga das lembranças a ilusão.
Fecha os olhos, vê a coruja.
Queimadura da pele, que maldição!