Então Ela disse que iria na rua principal com sua amiga e se despediu. Eu a abracei sabendo que provavelmente nunca mais a veria,
Não foi isso que me fez passar dias pensativos, foi perceber que eu já deu adeus a tantas pessoas não sabendo que aquela seria a última vez. O último abraço, o último olhar. Lembro quando no final do ensino médio nosso grupo disse que sempre nos veríamos, inocentemente, acreditei que sempre iríamos nos ver como um culto a nossa juventude. Aconteceram encontros até os caminhos ficarem estreitos e vazios.
E quando no ensino fundamental eu tive um histórico de mudar de escola a cada ano que passava. em cada ano eu deixei um ano sem saber que doeria hoje sentir que nunca mais iria ver aquele melhor amigo anual que brincou comigo e dividiu o lanche nos intervalos, que só teria ele como trabalho em dupla. Foram Levi, Matheus, Eliane, Thiago... Hoje, isso tudo deveria se tornar normal, é normal até tornar comum se despedir. Mas ainda é estranho pra mim,
Lembro de um aluno que morreu quando cursava a sexta série. Ele era filho do ex-marido da minha tia. Tinha tudo para sermos amigos, mas não fomos. Eu não costumava ter muitos amigos, não socializava. Eu nunca o diria adeus, até por que ele estaria ali na sala todos os dias até o ano acabar e eu ir para outra escola, mas num dia normal a turma soube que ele teve uma forte dor de cabeça e estava no hospital, e no dia seguinte ele entrou em coma, e não demorou muito até sabermos que ele tinha morrido. Aconteceu rápido o bastante para eu não sentir nada, alguém que sentava ao meu lado, não sentaria mais, e eu tive mais quatro anos com aquela turma, com aquele morto que interrompeu seu destino. Não disse adeus a ninguém.
Eu só quero lembrar que sentirei falta dessas pessoas citavas. Não sei onde estão. Mas espero que estejam bem e melhores da versão que eu conheci.
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