segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A morte de mim

Não tem como nem por quê. Algumas coisas acontecem sem planejamento. Imprevisível eu morri. Dessa morte eu apareci na tv, um caso comum, tão comum que quando passou na tv você estava de costas almoçando.
Você não foi ao enterro, meio que parou de conversar comigo por que suponho que achou pessoas mais interessantes e chama de amigos e é só isso que posso afirmar. Não foi você quem avisou aos outros sobre minha morte e a causa. Quem tentou juntar quatro ou cinco amigos e apenas três foram? Outros justificaram que não sabiam meu nome e isso dá uma margem de erro no que se refere a amizade. Mas você sabia meu nome, certo?
Passou um filme na minha cabeça, sim, isso acontece. Você estava lá, e todos aqueles que amei e tive que deixar para trás, não escrevi nenhuma carta e talvez essas palavras sirvam. O filme parecia longo demais para segundos tão breves. Nesse filme as coisas não se repetiam como nossas histórias. Como sua história.
Mas eu escolhi isso, anonimamente me trapacear. Aqueles ditados que diziam são verdadeiros e todos ou apenas eu me regrava a acreditar nas coisas boas. Perdi tempo me enganando. É perigoso e frio, assim como a verdade, se não souber encarar você inventa uma nova verdade. É isso que eu deixo póstumo: Existem muitas verdades, faça a sua.
Agora meu corpo apodrece e eu tenho que seguir. Será uma nova história, fora desse espaço-tempo.

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