Estou perdendo tantas coisas, estou esquecendo e me perdendo. Estou parado, estou escrevendo, eu lembro: abri os olhos, queria fechar. Levantei, queria deitar. Caminhei até o chuveiro, no caminho peguei a toalha, separei a roupa. Banho, acordei. Mudei? Não era mais aquele que estava no sonho? Não sei, comi a comida. Cadarços. automaticamente enlaço. Não critico, não aponto, nem me pergunto por que fazer aquilo tudo, dinheiro? Estudo? Melhorias daqui a 2 anos, 1 ano, nunca um mês, nunca hoje, nunca amanhã.
Então corro na promessa de terminar, de concluir, de rodar em ciclos intermináveis, preso em metas, em objetivos, em compromissos e juramentos. Preso em meus desejos, que não satisfaz a vontade do ciclo rodar mais rápido até a beira da cama, até o olhar vidrado na parede branca. Na pilha de roupas que nunca estará arrumada.
À caminho do trabalho eu apago a lembrança dos primeiros trabalhos, que cego, corria pra oportunidades quaisquer. Trabalho dignifica a casa. Deve ser por isso que é tão difícil. Mas facilmente somos presos a vida extraordinária de ter horário para chegar e nenhum horário para sair. Comida pronta, comida fria, tempo para descansar, agrado que chamam de comissão e pouca melhoria. Pronto para a cachaça do final de semana, a praia que encarece mais, o cinema para comentar na semana que o filme é bom, é ruim, não é aquilo tudo. Caminho até o trabalho e tem uma lista do que fazer e o que não fazer. Tem uma lista de como se portar, se vestir, caminhar e na dúvida use o modo de segurança.
Mas ganho experiência, a gente aprende como tratar as pessoas, a gente até aprende no que elas estão pensando e como devemos agir para obtenção do melhor prazer. Na experiência, a gente mente quando deve mentir, fala a verdade apenas quando solicitada e pula de casa e casa, como num xadrez, rumo a derrotar qualquer rainha, pois ela tem mais poder que rei.
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